Não consigo ficar sem literatura, aquela leitura que não é didática ou técnica. Mesmo com trocentoseqüenta textos/capítulos para ler em função da graduação em Licenciatura em Teatro, dos emails das redes de discussão em torno da política pública para teatro, de projetos e prestações de contas a produzir para o In Bust. Mesmo assim, estou lendo tudo do Neil Gaiman que tem em casa - que tem sido muito importante para as aulas sobre a origem do imaginário, da disciplina de Etnodramaturgia do mito e da poesia, ministradas pelo João de Jesus Paes Loureiro - e exatamente o livro que está na minha cabeceira do imaginário, em fase de devoramento, chama Lugar Nenhum. Um lugar qualquer, em qualquer lugar e tempo, onde o que ocorre é o que importa e tudo tem relação com o lugar e com o momento.
Mas Lugar aqui, no texto Espaço e Lugar - O Lugar da Arte, é usado para designar um espaço físico, um local de convivência ou de acessibilidade, com limites evidentes, como paredes, portas, calçadas, onde algum fato de relacionamento pessoal, porém físico, acontece, como um encontro, uma luta corporal, um jogo, um show de música. E Espaço é determinado pelo fato ocorrido, pela predisposição do lugar, sem necessáriamente ter limites físicos, mais extensivos à sua utilização e visualidade. Exemplo besta: o campo de futebol dos meninos na rua é um espaço no meio do asfalto.


Bem...questões que talvez ficarão para a contemporaneidade artística não responder. Quem responde? Talvez o espectador, consumidor, usuário (ou não) de artes.
Fica uma resposta de Cláudia Paim, que encontrei na net: "A arte hoje não precisa de um lugar próprio, qualquer espaço pode ser um local para ela, mesmo porque a arte acontece por meio das relações artísticas que o artista estabelece, e isso pode ser em qualquer lugar".
Estava em circulação por municípios do Estado com o espetáculo Catolé e Caraminguás, com o In Bust. Acabamos chegando tarde de Marabá, depois de um roubo do material de cena da Van de madrugada, pois precisamos ficar algumas horas à disposição do tempo e da inoperancia do funcionalismo público (que ao final não nos atendeu porque não chegou, o Delegado) na manhã deste dia. Todo o cronometrado se perdeu. Perdi, então, esse encontro.
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