Eis o momento em que me deparei com o (talvez) objetivo deste curso. Está em formação a ciência de ser um artista formador. Sou ator, mas sou também educador e, assim, formador. Talvez esse seja o impulso para estar nessa trajetória, ou nesse trecho da minha trajetória.
Há muito, teatro deixou de ser apenas teatro para mim. Vou ao passo do ponto em que primeiro preciso me formar para fazer teatro e isso inclui vários saberes, práticos, como essencial, mas teóricos, como vestimentas. A prática é a do dia-a-dia de trabalhador de teatro, artísta operário, que vive, se sustenta, sustenta os filhos, desse labor. Mas do antes disso, quando era mera diversão, depois passa tempo terapeutico, depois bico divertido. Depois, que segue até agora, o trabalho que tomou conta da vida. O teórico é o tudo que de lá até aqui precisei absorver de leituras e de escritas. Das inúmeras pesquisas de personagens. Dos livros dos pensadores do teatro mundial. Das investigações a cerca da prática realizada. Dos escritos de elaborações e processamentos críticos do intelecto que não para de pensar nisso. Das oficinas ministradas e absorvidas, como aluno ou como ministrante.
Daí à percepção da necessidade da arte para o ser humano. Como artísta trabalhador, acredito no meu fazer como transformador social, nunca desacoplado do caráter educativo, que tem que estar presente em todo o tecido da criação da obra, incluindo a relação com a platéia e o que se quer disso. É no jogo, espírito e carne do teatro, que a formação, o educativo, precisa se mostrar. No jogo da cena é que os papeis vão ser definidos, as relações vão acontecer, o drama vai sacudir a experiência, a trama vai ser destrinchada. Jogo que não exclui a platéia como mais um jogador.
Mas aqui o assunto extrapola a apresentação teatral e a platéia, ou desloca-os das formalidades do ato teatral, dos palcos instituídos, cadeiras, arquibancadas, dos teatros, para salas de aula, ambientes de empresas, ruas (e outras alternativas) como espaço pedagógico. O jogo teatral, ou as suas virtudes, que se faz nescessário aos campos das atividades humanas. Ao professor, ao padre, ao juiz, ao médico, ao vendendor, etc. Jogos teatrais para não-teatreiros. Ou simplesmente o jogo, não a disputa, o jogo.
O jogo e sua estrutura. As regras, os objetivos, as demandas, os jogadores, os acessórios (instrumentos/ferramentas, vestimentas), as possibilidades de jogadas, as maneiras de realizar, as variações/desdobramentos ditados pela necessidade do próprio jogo.
Fui cair aí porque, de fato, ao me deparar com a necessidade do jogo para o ser humano, entendo mais ainda a importância do teatro para os indivíduos em situações de sociedade.
Bem...esse foi o dia em que o Maurício apresentou o tema e o Ramon comentou, tudo foi acontecendo concomitantemente. Quer dizer, no início o Maurício foi apresentando, e, no decorrer, o Ramon solicitou o comentário concomitante.
Mas.... precisei sair bem no momento em que achava que estava terminando essa parte do encontro. Fui chamado para uma força-tarefa de combate à virose que atacava uma das minhas filhas....Claro que fui.
Sei que depois, depois me contaram, houve a continuação da contação de causos fantásticos e ocultos, acontecidos no seio das famílias... é o que me foi dito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário