quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Quê Não Li? (Trajetórias do ser - 2º Encontro)

Bem...resistindo à essa escrita...

A sala, a 5, estava arrumada para uma aula. Cadeiras de um lado, logo à entrada, com alguns alunos já sentados, e do outro, computador, telão, projetor, apresentador. Silvano! Ah, sim! Era o 1º seminário da série, o Silvano iria apresentar e a Patrícia comentar.
Não, não que tivesse esquecido, apenas não consegui o texto à tempo e, claro, não li. Declarei isso na entrada. Quando percebi que não deveria ter declarado, já no debate, após a apresentação e o comentário, era tarde, já era a sentença, declarada em palavras amenas, de que não serve para o debate o entendimento da apresentação se não tiver lido o texto. Ainda que diga, ainda que lembre, ainda que associe, sem a base proposta como orientação não há contribuição consistente. Nada de impressões pessoais, experiências vividas, saberes adqiridos, sem o texto lido. OK!! Calei-me!! Não compreendi, mas entendi o posicionamento e calei!! Talvez, da próxima, não declare o ocorrido, para não me calar, não voltei à universidade para ficar calado.
O Texto que não li (agora eu já li) era um livro, á semelhança dos antigos da série Primeiros Passos, pequeno e rápido, com o nome de Narrativas Enviesadas, de Kátia Canton, acho que da Brasiliense. Narrativas Enviesadas, o tema, perdurou o resto da semana, e mais seis meses, entre os assuntos da turma. Do lanche à aula de psicologia, do boteco da quarta ao ovo da páscoa, tudo pareceu, depois deste encontro, meio rompido da sua estrutura narrativa, imageticamente meio enviesado. Em algum lugar tinha alguma coisa meio fora do lugar compondo uma comunicação, proposital ou não.
O texto, já na apresentação, e, depois, na leitura, lembrou-me as investidas do teatro pós grandes guerras mundiais na seara do teatro de bonecos. Num período em que o teatro se esvaia em sua estrutura narrativa, um dos estepes acoplados para sua modernização foi a linguagem que os bonequeiros utilizavam sem o conhecimento das estruturas formais do teatro da época. Os bonequeiros que a partir daí apareceram, para além dos improvisos e das frouxuras amadoras comuns ao teatro de bonecos do ocidente, truxeram, entre outras coucitas, para dentro da sua expressão figuras de linguagem, como a metáfora. E hoje, ainda, talvez pela proximidade com as artes visuais e até com a dança, é dificil encontrar um espetáculo de animação que não se ocupe de um enviesamento na sua narrativa.
Sigamos na aula. Rose citou a colagem com as falas da aula anterior que lhe saltaram aos ouvidos criativos, uma poesia. Ramon, coincidentemente (não que eu acredite nisso, mas isso existe), também juntou frases daquele encontro em uma espécie de hai kai.
O blog do dia foi o da Maira Tupinambá. Esse exercício é bom, pois nos permite ver a própria pessoa lendo algo que ela escreveu para ser lido. Saramago disse que as palavras só tem seu real significado quando ditas. Aqui se percebe isso.
O jogo foi uma lembrança mais antiga. Esta posta, seria reproduzida por seu autor. Outros atores, representando o núcleo familiar do autor, apenas reproduziam o "movimento do coração". Depois de um tempo o autor/ator saia para dar lugar a um substituto na ação, para observar de fora.
Desdobramentos: O autor escolhe os atores para serem a sua família. Muda-se o proponente (condutor). Experimentaram esta função o Rafael e o Lendro.
Bem, a experiência deste dia me levou a abrir uma página para postar parenteses das postagens do blog central. Talvez funcione para colocar coisas que tem uma relação direta com a postagem, mas que tiram o foco do assunto.

2 comentários:

  1. Paulo, adorei o jeito como você escreve, descritivo, porém exato. E em relação ao parêntese: é um belo texto. revivi (ou vivi) alguma coisas lendo ele.

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  2. Interessante como você expõe suas idéias de maneira objetiva porém parece que conversa consigo. Meu blog é Carmencms@wordpress.com.

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