Escuridão (para olhar somente para) e holocausto estavam postos para o entendimento forçado da crise das sensações de quem quer que estivesse ali, querendo ou não ver, disposto a entender por quê daquilo. Isso é a anestesia ou uma marretada na cabeça? Talvez uma legenda passando embaixo (ou em cima, bem no meio daquelas imagens, ocupando a tela toda, para não precisar ver o de trás) fosse o instrumento básico à compreensão da necessidade daquilo. Talvez, quem sabe, numa radicalidade císmica e abissal, fosse ainda adequado, junto com o que se via na tela, alcançar os nossos sistemas sensórios com, sei lá, algo como carne crua semi estragada para aguçar nossos olfatos nauseantes, ou um camburão de gás com a válvula aberta, enquanto uma sopa rala de batata fosse servida sem sal, vez em quando uma sirêne soasse seguida de sons de disparo de tiros. É, talvez entendesse mais o sentido do holocausto naquele momento para o assunto em pauta.
(Ativar e misturar nossos sentidos é papo para a próxima aula).
É crítico mesmo esse nosso estado de permanente urbanidade, programado, inserido no cotidiano forçadamente sem o nos dar conta, sem atendermos a natureza das sensações. Algo como isso aí ao lado: um monitor dos sentidos, capaz de relacionar os 5 em atividades pré-programadas, talvez o futuro do áudio-visual, o audio-visual-olfatogustativo-tátil. (caí no tema da próxima de novo), tudo sintético.
A síntese das sensações de se relacioar com o meio na velocidade da compressão temporal das sobrevivências contemporâneas, para além de sentido em qualquer narrativa cotidiana. Estamos, então, em estado de sonho, tentando reencantar a existência ao sumo das tecnologias ? Ainda acho isso mera suposição até que o ser urbano perceba mesmo à sua volta.
Essa missão, de resgate cinematográfico (ou teatral) do que resta de "eu sensível" em cada humanidade citadina, pode ser árdua tarefa para as artes teatrais, capazes de aguçar e reverberar memórias sensoriais, em todas as combinações e ordens que os sentidos podem se colocar, mas há de ser frutífera, ainda que o aplauso no final seja escasso.
Pós apresentação do Laion e do Romário, não houve comentários. As comentadoras não foram. Mas o debate foi. Não foi por todos. A Wlad insiste que o debate rola sempre entre os mesmos porque são só os mesmos que lêem sempre o texto/tema do dia. Talvez sim, mas, sinto muito, eu estou lá pra isso e vou seguir assim. O problema é que as diversidades e multiplicidades desaparecem e só os mesmos pontos de vistas e referências são trazidos à mesa.
Como ainda não saí da minha fase de chato perguntador insistente, tive que saber qual a intenção daquele vídeo na exposição do tema. Mesmo com ajuda dos universitários o propósito posto não convenceu meu mínimo eu, mas vou seguir me esforçando para uma leitura adequada daquele quadro educativo. Estamos numa graduação para licenciatura, não é? Aquilo foi um material didático e eu tenho que tentar entender para que serviu, sem ter tido, no entanto, uma razão que o mantenha. (Holocausto dos sentidos? seria essa a leitura?)
O trabalho da noite foi um desdobramento do trabalho da semana passada. Escolhas de pares para realizar uma composição das ações criadas na semana anterior, com a inserção de abraços (os mais preferidos por cada ser do casal formado) no meio das apresentações do cotidiano antes do sono estilizado. Não mensionei na postagem anterior que precisavamos levar uma roupa preferida para realizar a cena.
Componho um casal triplo. Estou com o Rafael e a Maira. Eu e o Rafael levamos camisetas iguais. Acabou compondo o figurino. Ficamos na proposta da composição da cena, mas não concluímos. Temos que apresentar na próxima, para isso, planejar um ensaio antes....até agora não conseguimos esse momento.
Meu temor, nesse encontro, o 4º, caiu por palco à baixo, conseguimos um tempo grande de bate papo no final. É mesmo necessário.